Ludosaico #05 – Atomic Heart é o seu tipo de jogo?

Olá, eu sou o Kazuo e bem vindos ao Ludosaico, o mosaico do entretenimento. Faz algum tempo que não lanço um novo episódio, mas isso foi por um bom motivo.

Como eu pretendia trazer uma análise sobre Atômic Heart, jogo disponibilizado logo em seu lançamento pelo Gamepass, não poderia deixar de zerar a campanha principal para ter uma opinião bem embasada. Mas, depois de ter sido obliterado por máquinas e monstros em diversas oportunidades, deu tudo certo e eu consegui concluir a história principal.

Então, vamos ao que interessa. Atomic Heart vale a sua atenção? O meu objetivo aqui não é dar uma nota e dizer se o jogo é simplesmente bom ou ruim. Em vez disso eu pretendo trazer algumas características destacadas do game, avaliadas como positivas, negativas ou que simplesmente valem ser citadas para te ajudar a decidir se esse é o seu tipo de game.

Contextualização:

Para começar, acho importante descrever um pouco o contexto do jogo para quem nunca ouviu falar dele. Trata-se de um shooter em primeira pessoas que se passa em uma realidade alternativa no ano de 1955, onde a União Soviética venceu a guerra e grandes avanços tecnológicos em energia, robótica e até mesmo genética foram alcançados, o que libertou boa parte da sociedade soviética do trabalho manual.

O jogador assume o papel de P-3, um soldado veterano da Segunda Guerra mundial que recebe a missão de auxiliar no lançamento do Kollektiv 2.0, a atualização do produto desenvolvido pelo gênio responsável pela revolução tecnológica da União Soviética, Dmitry Sechenov.

A caminho do centro tecnológico onde a maior parte da história acontece, a Instalacao 3826, um atentado ao transporte de P-3 e o soldado perda a consciencia. Quando ele volta a si, descobre que os robôs massacraram a maior parte dos humanos, e sua nova missão passa a ser conter essa crise e descobrir a raíz do problema com o auxílio da IA presente em sua luva cibernética CHAR-les.

Pontos positivos:

Devidamente apresentados a trama do jogo, chegou as hora de comentar sobre a qualidades percebidas em Atomic Heart durante minha jornada pelo caos robótico soviético.

– A ambientação imaginada sobre um contexto onde a União Soviética passou por uma revolução tecnológica significativa, traz um visual retrofuturista crível, com elementos da época bem adaptados a realidade alternativa. O design arredondado de carros, geladeiras e outros aparelhos condizem com a época, enquanto a tecnologia inventada para o jogo parece ter sido imaginada para se misturar de forma harmoniosa com a realidade.

– O game homenageia as franquias Fallout e Bioshock com diversas referências tanto em seu gameplay, quanto em detalhes do cenário e sua estética. Entre as características marcantes com essas referências posso citar como exemplo as animações cartunescas, vistas tanto em TV’s espalhadas pelas fases quanto para demonstrar habilidades da luva, que lembram o Vault Boy de Fallout. Já o gameplay com habilidades na mão esquerda enquanto utilizamos armas na mão direita parece ter sido inspirada por Bioshock.
– As árvores de habilidades da luva e o arsenal de armas que podem ser desbloqueadas durante a missão de P-3 oferecem muitas opções divertidas para que os jogadores possam escolher sua forma favorita de encarar o caos a sua volta. Enquanto a luva da mão esquerda oferece congelamento, eletrocussão, escudos e até mesmo telecinese, temos uma gama considerável de armamentos desbloqueáveis que podem causar estrago em qualquer inimigo que se atreva e ficar no caminho do soldado.
– Apesar da sequência de acontecimentos, apresentada durante a jornada, nos dar a impressão de que estamos caminhando para um final previsível, a história nos reserva algumas surpresas intrigantes. Mas não pretendo da spoilers sobre isso por aqui.

Pontos negativos:

Infelizmente algumas situações atrapalharam um pouco a imersão na pele de P-3, e não estou nem falando na minha falta de habilidade.

– É possível notar um desbalanceamento de dificuldade ao encontrar minibosses muito mais difíceis de derrotar do que algums chefes principais. Existem alguns desses minibosses que te matam instantaneamente caso os botões certos não sejam pressionados a tempo durante quick time events. Por outro lado, alguns chefes não exigem tanta precisão dos jogadores para evitar golpes fatais.
– Em diversos momentos, fiquei preso entre paredes, rochas, postes e plataformas quando tentava saltar para progredir nas fases. Certamente os desenvolvedores não esperavam que alguém pudesse errar tantas vezes o timing na hora de pular as benditas plataformas.
– Os inimigos também sofreram com alguns detalhes não tão refinados nos cenários, a ponto de alguns deles receberem danos por atravessarem parcialmente portas e bordas de paredes. São simples detalhes, mas revelam que o potencial dos consoles da geração atual não foi tão bem aproveitado para trazer uma experiência mais polida em Atomic Heart.

Agora pretendo compartilhar algumas características curiosas que também me chamaram a atenção no game:

– A Instalação 3826 oferece um mapa relativamente grande para exploração, então o jogador pode escolher ir direto aos pontos para progredir mais rápido a história ou passear entre construções do mapa para conseguir mais recursos, mas não se trata de um mundo aberto grande.
– Da mesma forma como existe uma liberdade para seguir diretamente para os objetivos no mapa, as estações de trabalho dos indivíduos massacrados estão a disposição para que o jogador leia seus e-mails e entenda um pouco como era o contexto antes do evento catastrófico.
– Não é segredo para ninguém que acompanhou os trailers de Atomic Heart que as robôs gêmeas tiveram um destaque especial na divulgação do game, mas é importante ressaltar que esse tipo de conteúdo é apresentado em apenas alguns poucos momentos durante o jogo e sem nenhum tipo de interação além de combate. O relacionamento mais íntimo que o jogador terá com as máquinas fica restrito a geladeiras que ocasionalmente falam sobre sacanagem com P-3. Por isso é importante ficar atendo a essas interações com o eletrodoméstico libidinoso caso queira evitar constrangimentos enquanto estiver jogando.

Conclusão sobre Atomic Heart:
Apesar de algumas falhas no acabamento dos cenários que não aproveitam o melhor dos gráficos da geração atual, e alguns inimigos desbalanceados, Atomic Heart é um ótimo entretenimento. Passei um bom tempo aperfeiçoando as habilidades da luva e melhorando meu arsenal, aprendendo as melhores abordagens de acordo com cada tipo de adversário. Mesmo que eu tenha travado em um ponto do jogo, foi recompensador aprender a lidar com a diversidade imposta. Além disso, consegui apreciar alguns momentos cômicos interagindo com androides com vozes que parecem ter saído de uma música do Daft Punk, com seu autotune característico. O tema retrofuturista e a ambientação também me atraíram para o jogo, com um ótimo trabalho ao mesclar a tecnologia real da época com a ficção científica para essa história.

CTA:
Bom então é isso! Fico feliz pela sua companhia até aqui nesse capítulo do Ludosaico. Espero que, com essa análise eu tenha te ajudado a entender se Atomic Heart é um jogo que vale o seu tempo. Se você gostou do contéudo, tem sugestão para próximos temas ou só gostaria de deixar alguma mensagem, pode me enviar um e-mail pelo kazuo@ludosaico.com ou procure pelo @ludosaico no instagram.

Muito obrigado pela audiência e até a próxima!

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