Ludosaico #03 – The Last Of Us: qualidades destacadas nos jogos que esperamos da série

Introdução:

Olá eu sou o Kazuo e bem vindos ao Ludosaico, seu mosaico do entretenimento. E hoje vamos falar sobre as qualidades que fizeram os jogos de The Last Of Us um sucesso, e o que esperamos ver traduzido para a serie produzida pela HBO.
O gênero de survivor-horror não é o estilo de jogo que me atrai, já que sinto muita dificuldade em lidar com esse tipo de entretenimento. Mas quando falamos de The Last Of Us, temos uma abordagem mais original sobre mundos pós-apocalipticos com zumbis, que nesse caso são chamados de infectados.
Com certa relutância em jogar o primeiro game remasterizado, que veio junto com meu PlayStation 4, resolvi testá-lo. Mas, mesmo com as características de terror do game, percebi que foi uma ótima decisão passar por essa experiência recompensadora.
O jogo conseguiu trazer uma narrativa de altíssima qualidade, onde são explorados os dramas vividos por pessoas colocadas nesse contexto repleto de dificuldades.
Posteriormente, joguei a parte II assim que foi lançada em 2020 para PlayStation 4 e não me decepcionei nem um pouco com o que vi.
Com tamanha qualidade apresentada pelos jogos, já era previsível que as expectativas sobre a série estariam altíssimas, e até o momento da gravação desse capítulo do Ludosaico, estão sendo muito bem atendidas.

Tema I

Então, vamos começar falando um pouco sobre os games que inspiraram a série da HBO.
O primeiro TLOU foi lançado em junho de 2013 para PlayStation 3 e foi muito elogiado pela crítica e pelo público por sua história, sua jogabilidade, a abordagem da condição humana e representatividade feminina. O conjunto da obra rendeu muitos prêmios de jogo do ano e milhões de cópias vendidas. Sua expansão Left Behind e sua remasterização para PlayStation 4 trambém trouxeram bons resultados tanto em vendas quanto em análises positivas.
Nessa primeira jornada, pudemos conhecer a infecção pelo fungo, a ambientação pós-apocalíptica afetada por essa catástrofe global e principalmente o desenvolvimento da relação entre os personagens Joel e Ellie.

TLOU part II, sequência direta do primeiro jogo, foi lançado em junho de 2020 para PlayStation 4, e trouxe os protagonistas mais velhos e estabelecidos em uma comunidade construída por sobrevivente na cidade de Jackson.
Dessa vez temos um foco maior na visão de Ellie e a inclusão de Abby como um novo personagem que trás um outro lado da história humana desse mundo devastado pela infecção.
Assim como seu antecessor, The Last Of Us Part II recebeu muitos elogios da indústria e da crítica especializada, o que rendeu muitos prêmios que incluiram o Jogo do Ano no The Game Award do mesmo ano em que foi lançado.
A jogabilidade e a qualidade gráfica foram aperfeiçoadas e as atuações para os personagens trouxeram críticas muito positivas, mas a violência explícita e certos temas apresentados dividiram opiniões dos jogadores.

Tema II

Agora vamos falar um pouco sobre a série da HBO. Lançada no dia 15 de janeiro desse ano com episódios novos todos os domingos, ela terá sua primeira temporada baseada no primeiro game The Last Of Us e ao que tudo indica, também incluirá os eventos da DLC Left Behind. Pouco tempo depois do lançamento do segundo capítulo da primeira temporada, a HBO confirmou sua renovação para a 2ª temporada.
A produção conta com Bella Ramsey, que ficou conhecida por sua atuação como a valente Lyanna Mormont em Game Of Thrones, no papel de Ellie. Já o papel de Joel ficou com Pedro Pascal, que além de ter atuado em Game of Thrones, também teve entre outros papéis o do Mandaloriano, vulgo o pai do Baby Yoda. Uma escolha perfeita para cuidar de de Ellie.

Rostos já conhecidos pelos jogadores também vão marcar presença na serie. Merle Dandridge que atuou como Marlene, líder dos Vaga-lumes no jogo, repete o seu papel. Além disso, Ashley Johnson e Troy Baker, que atuaram como Ellie e Joel nos games terão papéis como outros personagens da série. A atuação impecável do elenco escalado já rende muitos feedbacks positivos do público e pode beneficiar ainda mais a exploração dessa história.

Tema III

Depois de ter comentado um pouco sobre as obras originais dos videogames e sua adaptação em live action separados, vamos abordar como características positivas herdadas do game podem ser aproveitadas na série.
Aqui eu coloco um parênteses para ressaltar que não ter jogado os jogos não atrapalha de forma alguma a experiência dos fãs na série de tv. Claro que algumas questões funcionam bem para trazer eastereggs aos fãs dos games, mas não se trata de um pré-requisito para assistir a serie. Então todos podem se divertir da maneira que preferirem.

As primeiras características que trouxeram notoriedade as obras nos games derivam do fato de que elas foram criadas para priorizar o drama humano vivido pelos personagens, quase como um filme interativo. A narrativa construída é muito envolvente e consegue manter os jogadores engajados com o desenvolvimento da história.
Nos primeiros capítulos já lançados pela HBO foram muito fiéis ao primeiro jogo, captando a tragédia e a tensão imposta pela infecção. Logo, podemos esperar que narrativa previamente criada não se perca como aconteceu com Game Of Thrones. Essa informação foi confirmada pelo seu criador, Neil Druckmann, que afirmou que a adaptação não contará história além dos jogos.

Outra qualidade destacada é o trabalho das equipes de artes visuais e sonoras de ambos os The Last Of us. Para ter uma ideia sobre a qualidade do material entregue, além de cutscenes muito bem dirigidas, quando estamos andando com os personagens em área seguras, os medidores de vida, munição e itens ficam ocultos para que a tela do jogador o coloque totalmente dentro da ambientação e aprecie a qualidade do trabalho de arte visual e sonora dessa produção.
A natureza reclamou seu espaço onde antes haviam grandes metrópoles lotadas de indivíduos, então vemos raízes, musgos e animais sobre os escombros de prédios, casas, ruas. Os efeitos sonoros também foram bem empregados com ecos para trazer a sensação de um vasto vazio, enquanto podemos ouvir cada barulho ao caminhar sobre galhos, pedras soltas e terrenos irregulares. Inclusive, espero de verdade que a produção da HBO aproveite esses momentos reconfortantes oferecidos pela ambientação com uma certa cena em especial do jogo onde podemos ver animais selvagens passando por uma área urbana destruída.

A terceira característica memorável que envolve a experiência dos jogos é a trilha sonora. Mas, diferente do que vemos na maioria dos jogos, a música não é só um pano de fundo para a narrativa. A música de Gustavo Santaolalla, que serve de tema principal para o jogo, consegue se encaixar perfeitamente na trama com charangos, banjos e violões para trazer covers na voz dos personagens. A série já fez um ótimo trabalho ao criar uma abertura ao estilo Game Of Thrones onde a trilha sonora icônica foi usada. Ela sozinha já é uma obra muito apreciável, mas essa adição a introdução dos capítulos é incrivelmente nostálgica aos jogadores.

Os covers em voz e violão tem um papel especialmente importante ao representar o vínculo afetivo entre Ellie e Joel. É como se essas músicas fossem fios invisíveis que ligam os dois personagens em suas alegrias, como o caso de “Take On Me”, e angústias, como podemos ouvir no trailer de Part II com Through The Valley. E com o anúncio da segunda temporada da série na HBO para adaptar The Last Of Us Part II, é quase impossível não aumentar as expectativas em relação ao emprego desse elemento tão significativo para a narrativa.

Enquanto os jogos servem como uma mídia onde podemos explorar a interatividade para uma maior imersão dos jogadores, a tradução de The Last Of Us para uma série de TV também oferece a oportunidade de atingir novos públicos que possívelmente jamais se aproximariam de um videogame para experimentar um survivor-horror com várias horas de conteúdo.

Até o momento da publicação desse podcast, a HBO tem trazido um ótimo material e atraído um público respeitável de 4,7 milhões de espectadores no lançamento do episódio piloto e um aumento de 22% na estréia do segundo. Com maior foco no desenvolvimento do roteiro, podemos esperar alguma mudanças em detalhes da história e até mais conteúdo para sustentar a narrativa. E se depender do que foi apresentado até agora, temos grandes expectativas.

CTA:

E esse foi o terceiro episódio do Ludosaico e muito obrigado por ter me acompanhado até aqui.
Para o desenvolvimento desse episódio utilizei minhas experiências prévias com os jogos zerados no PlayStation 4 e os dois capítulos lançados da série de tv. The Last of Us é uma franquia muito elogiável, por isso fiquei bem interessado em falar sobre ela.
Por isso, se você gostou do que ouviu, tem alguma sugestão, crítica ou elogio envie suas mensagens pelo email: kazuo@ludosaico.com

Muito obrigado pela audiência e até a próxima!

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