Ludosaico #02 – O que esperar de Assassin’s Creed Mirage e o futuro da franquia.

Introdução:
Olá eu sou o Kazuo e bem vindos novamente ao Ludosaico, o mosaico do entretenimento. O tema desse episódio foi uma sugestão do meu querido amigo e ex-colega do Pulo Duplo, Marco King. Por isso eu gostaria iniciar os trabalhos aqui mandando um abraço de urso para ele. O King tem um canal do Twitch onde ele faz stream jogos de videogame e RPG de mesa. Vou deixar o link na descrição desse capítulo para que vocês tenha a oportunidade de conhecer essa pessoa maravilhosa.

Transição:
Novamente venho pedir alguns minutos de sua vida falar sobre a palavra Assassin’s Creed, mas dessa vez, pelo menos, foi por uma sugestão do King. No entanto, dessa vez irei falar mais especificamente sobre 1. Assassin’s Creed Mirage e as expectativas sobre esse e os próximos jogos já anunciados da franquia, abordando as diversas diferenças e similaridades em relação aos seus antecessores, 2. o que “game as service” (ou jogo como serviço) e a plataforma Assassin’s Creed Infinity podem trazer para a experiência dos jogadores e por fim, 3. como o lore da franquia poderá caminhar daqui pra frente. Aqui é importante deixar um alerta de spoiler para aqueles que não ainda não jogaram os últimos títulos. Para explorar os topicos propostos precisarei comentar acontecimentos chave de cada jogo e se você não quiser levar spoilers, sugiro voltar a esse capítulo depois de concluir sua aventura.

Tema principal 1:

Então vamos ao nosso primeiro tema desse capítulo: as expectativas sobre Assassin’s Creed Mirage e os próximos jogos já anunciados.
Como eu já havia explicado no capítulo anterior do Ludosaico, a franquia Assassins Creed pode ser segmentada em grupos de jogos que refletem cada fase da série. E nesse momento, parece que a Ubisoft está criando sua nova abordagem sobre o universo dos assassinos com Mirage e todas novidades reveladas na Ubisoft Foward de setembro.

Depois de investir esforços na reformulação da experiência de seus jogos como RPG’s em mundo aberto em Assassin’s Creed Origins, Odyssey e Valhalla parece que a Ubi resolveu atender aos pedidos dos fãs mais antigos. Mirage é assumidamente uma volta às origens da saga, e essa identidade foi amplamente divulgada tanto em seu trailer de lançamento quanto em imagens de divulgação e entrevistas.

Recentemente, também foi adicionada uma campanha a Assassin’s Creed Valhalla onde Eivor, protagonista do jogo, encontra Roshan a mentora de Basin em Mirage. A missão em parceria com a membra dos ocultos nos da dicas sutis de como a furtividade voltará à saga nesse novo título, com o uso de trajes do inimigo e interações para ocultar a presença de Eivor em plena vista. Mirage irá se passar 20 anos antes dos eventos de Valhalla, por isso vemos uma Roshan mais envelhecida e em uma missão relacionada a Jerusalém o que revela um vínculo entre a trilogia de RPG’s e o primeiro título da série, onde conhecemos Altair.

Analisando o trailer do novo jogo revelado em setembro durante a Ubisoft Forward, podemos encontrar mais sinais do que está por vir. Para começar, o ritual de iniciação dos ocultos, precursor do ritual dos assassinos, é o pano de fundo que acompanha todo o trailer. Os dizeres e o sacrifício do dedo anelar do iniciado para representar seu comprometimento somente com os ocultos são evidenciados, como se fizessem um aceno aos fãs mais antigos. Em paralelo, vemos uma cena incial com Basim em sua juventude como um ladrão inexperiente, que quase perde sua vida se não fosse a intervenção de Roshan.
Em um segundo momento, já testemunhamos seu treinamento em combate, e alguns segundos depois, cenas de luta com Basim mais experiente. Aqui fica claro outro aceno aos fãs do primeiro grupo de jogos da série, especificamente aos que acompanharam o desenvolvimento de Ezio desde sua iniciação até sua consolidação como um dos líderes dos Assassinos. As cenas de ação e combate voltaram a demonstrar furtividade, agilidade, esquivas e contra-ataques letais, bem diferente dos confrontos diretos que vimos nos últimos três títulos da série.

Com base em todas essas informações que foram reveladas até a gravação desse capítulo do podcast, entendo que Mirage reflete o desafio da Ubisoft em estender a mão à base de fãs originais da série sem perder seu vínculo com os novo jogos.
Os outros títulos revelados junto com Mirage na mesma apresentação contribuem com esse contexto, como se dissessem “estamos trazendo conteúdo para os fãs antigos, mas não desistimos do RPG”.

Codename Red, já foi apresentado como um RPG em mundo aberto ambientado no Japão feudal, para que não haja um pingo de dúvida em relação a manutenção do RPG na franquia.
Codename Jade, ambientado na China antiga, também foi descrito como um jogo em mundo aberto, mas com jogabilidade clássica. A novidade em relação ao título é que essa configuração será trazida aos celulares.
Também foi trazido um breve trailer de Assassin’s Creed Codename Hexe, mas nenhum detalhe além da referência a bruxaria.

Tema principal 2:

Além desses jogos, uma plataforma online chamada de Assassin’s Creed Infinity foi anunciada. De acordo com o que foi descrito pelos apresentadores, ela será um hub para os próximos projetos da franquia. Isso nos leva ao próximo assunto desse capítulo do Ludosaico: O projeto Infinity e a possível aplicação do conceito de “game as service”.

Até o momento, temos Codename Red e Hexe com integração confirmada ao projeto Infinity. Ainda não existem muitos detalhes sobre como essa plataforma irá funcionar, mas o que foi apresentado lembra muito o conceito do próprio Animus, uma interface utilizada dentro do jogo para que usuários acessem e revivam momentos históricos na pele de seus antecessores.

Considerando essas hipóteses, podemos especular (isso mesmo, ESPECULAR, já que ainda nada foi confirmado e tudo pe permitido) que os jogadores irão acessar o Infinity para, por exemplo, assumir a identidade de um shinobi no Japão feudal e reviver esse momento histórico, como se o jogador fosse Desmond ou Layla, protagonistas do jogo no tempo presente da saga.

Caso essa possibilidade se concretize, talvez a história no tempo presente fique segundo plano ou passe a ser explorada em outras mídias fora dos videogames.

Isso seria uma grande perda para o lore da franquia, assim como ocorreu após a conclusão do arco de Desmond, quando o tempo presente perdeu profundidade em sua narrativa sem um personagem de referência. Mas, tendo em vista a importância do que ocorre fora do Animus para a história dos jogos, espero de verdade que o tempo presente seja preservado nos próximos jogos com Basim ancorando sua narrativa.

Outra questão a ser levantada é como e se o conceito do “game as service”, ou game como serviço, sera explorado com a implantação de Infinity. Os RPG’s da franquia já têm trazido missões e eventos mêses depois de seus lançamentos para manutenção do engajamento dos jogadores. Isso pode ser intensificado caso os jogos integrados a Infinity tenham a intenção de se tornarem experiências contínuas.

Um objetivo expresso pela equipe da Ubi é de tornar Assassin’s Creed um “playground” da história. Se isso estiver relacionado a possibilidade de tornar Codename Red e Hexe apenas cenários para exploração em momentos históricos rasos, sem o entrelaçamento sutil com o lore da franquia, isso poderá não ser tão interessante para parte do público mais atraído por essa característica peculiar da série.

As experiências contínuas deverão trazer recompensas adequadas para manter todos os seus públicos engajados, seja por mais informações relevantes sobre o lore ou missões com conteúdos realmente divertidos. Não acredito que apoiar-se apenas em skins irá auxiliar muito com a manutenção do público a longo prazo.

Tema principal 3:

No último tema da pauta desse capítulo do Ludosaico vou abordar o que esperar do lore da franquia daqui para frente com base em tudo o que foi lançado até o momento, e das informações disponibilizadas pelos trailers e materiais já divulgados sobre Mirage e companhia.

Como um fã que já jogou todos os títulos da franquia, acredito que a Ubisoft esteja apostando na força do universo criado nos 15 anos de existência de Assassin’s Creed. Com a expansão de seu público, a empresa deverá ter um maior jogo de cintura para ocilar entre os gêneros RPG, o modelo clássico e todos os tipos de gameplay que agradarem aos fãs daqui para frente.
A aplicação de experiências para a manutenção de engajamento em títulos anteriores não me trouxeram muito entusiasmo, somente alguns casos onde essas incursões me recompensaram com um maior entendimento sobre a história principal do jogo. Nesse sentido também é importante que haja um personagem cativante que ancore a narrativa no tempo presente.

Uma das características que mais me atraíram em Assassin’s Creed desde o seu início foi a forma como seus criadores incluíram as histórias dos personagens entre eventos históricos reais, enquanto acompanhávamos uma outra narrativa que acontecia no tempo presente. Cada missão concluída nos recompensava com fragmentos dessas histórias intrigantes.
Espero que essas características tão precisas que me aproximaram da franquia sejam consideradas para que, mesmo com a expansão contínua de seu universo, suas linhas narrativas transitem pela história e o tempo presente sem perder seu valor.

CTA:
Chegamos ao fim do segundo capítulo do Ludosaico e muito obrigado por ter me acompanhado até aqui.
Esse episódio foi elaborado depois de vários dias de pesquisa, alguns de jogatina e muita reflexão sobre os temas levantados.
Outra parte que me tomou bastante tempo foi o curso de edição de som, por isso estou postando esse capítulo tão longe do primeiro.
Por isso, se você gostou do que ouviu, tem alguma sugestão, crítica ou elogio envie suas mensagens pelo email: kazuo@ludosaico.com
Vocês também conseguem me encontrar pelo instragram no @vkzuo.

Muito obrigado pela audiência e até a próxima!

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