Muitas vezes, busco um pouco de paz passeando por uma livraria ou outra no caminho de volta para casa. Esses ambientes silenciosos e preenchidos pelo cheiro de livros são locais perfeitos para reorganizar pensamentos de uma mente caótica ou estimulá-la de forma positiva.
Foi em um desses passeios que encontrei um livro escrito por Shawn Achor. Seu título, O jeito Harvard de ser feliz, e seu porte menor pareciam ser exatamente aquilo que gostaria de ler em meus trajetos de ida e volta ao escritório. Tenho bastante interesse em estudar assuntos ligados a engajamento, diversão, games, entretenimento e neurociência, e posso dizer que fiquei bem feliz com a escolha desse livro.

Escrito por um dos palestrantes mais populares do TED e pesquisador do campo da psicologia positiva, esse pequeno livro oferece um conteúdo muito mais rico do que aparenta. O autor consegue organizar seus parágrafos e escrever na medida certa para envolver o leitor explicar conceitos sobre psicologia positiva, neurociência e comportamental.
Achor utiliza sete princípios para sustentar sua afirmação de que a felicidade deve vir antes do sucesso e que mudanças em nossas atitudes podem nos proporcionar maior felicidade diariamente.
Os sete princípios, que incluem “o benefício da felicidade”, “ponto de apoio e alavanca”, “efeito Tetris”, “encontre oportunidades nas adversidades”, “círculo de Zorro”, “regra dos 20 segundos” e “investimento social”, podem soar como lorotas motivacionais de livros de auto-ajuda antes da leitura dos capítulos, mas cada princípio traz casos relacionados a pesquisas de Shawn e de outros nomes respeitados como Daniel Goleman (“Inteligência Emocional”), Daniel Kahneman (“Rápido e Devagar”) e Carol Dweck (“Mindset”).
Algo que percebi ao ler cada parágrafo de O jeito Harvard de ser feliz é que Achor parece sugerir o uso do modo de economia de energia do cérebro para aumentar sua eficiência, sem se esquecer da importância do que Kahneman chamou de “Sistema 2” do cérebro para tarefas mais complexas e “custosas”. O autor sabe da escassez de energia cerebral e mostra caminhos interessantes a fim de poupá-la para tarefas que realmente exigem o cérebro lógico.
Trata-se leitura agradável, com boas referência teóricas e adequada até para os leitores mais atarefados por sua divisão de capítulos em textos menores. Os princípios explicados no livro funcionam como um conjunto, mas gostei bastante de ler sobre o “círculo do Zorro” e sobre a valiosa dica sobre a “regra dos 20 segundos”, que são comportamentos facilmente aplicáveis em tarefas diárias.

Deixe um comentário